quarta-feira, 15 de julho de 2009

Segue abaixo uma homenagem que o Petty fez pra gente: " Cavaleiros de terra alguma"




Eles não acreditaram quando eu terminei, acontece que era tudo verdade. Cada pequeno detalhe, cada grande movimento, cada energia gasta, tudo era verdade.


Era uma quarta-feira, ou talvez uma quinta... Quando voltei para casa, recebi a mensagem: "O Joninhas passou aqui, querendo te ver!" Joninhas é um grande amigo, ou melhor, um grande cavaleiro. Jonas Faustino Santos, é o nome real. Sem diminutivo e sem mais nem menos. Amigo deste é Christopher Puig. Outro grande heroi de guerra. Achei estranho, pois, fazia mais de mês que não ouvia falar no Jonas.


Quando saí de casa, encontrei-o. Alegre como sempre o foi, correu para sentar e me contar a história. Uma das mais mirabolantes e com certeza a mais extraordinária.

8 horas da manhã e o sol acabara de acomodar-se no céu, foram trocados alguns olhares e um abraço foi dado. Uma grande despedida, para quem estava atrasado. Joninhas e Kiko (Christopher) acabavam de se encontrar e traçar os últimos preparativos. Pé na estrada e mala nas costas, pedalando por algumas horas sem parar.

Era um grande plano, era uma grande viagem. Ambos os aventureiros passaram por grandes bocados. Por vezes, não tinham onde dormir, não tinham o que tomar ou comer. Não tinham muita companhia, mas tinham suas bicicletas. Correram com o vento que os levava litoral àcima.

Passaram por lugares lindos, por lugares feios e por lugares nem lindos nem feios. Conheceram muitas pessoas, ouviram e contaram várias histórias. Para descansar as vezes apenas encostavam alguns minutos nas estradas de terra. Em outraz vezes paravam em alguma linda praia apenas para admirar o pôr do sol.

Como Virgílio e Dante que desceram até o inferno, Jonas e Kiko desbravaram praias brasileiras. Era mais um plano louco quando bolaram a viagem há três anos atrás, mas hoje era realidade, concreta como suas bicicletas. Que inclusive foram quebradas algumas vezes.

Na metade do caminho conheceram outros dois desbravadores. Correram os quatro juntos. Eram um time agora, uma pequena família de pedaladores, digo, de grandes pedaladores.

Mas, por mais que eu insista, ninguém acredita quando eu termino de contar essa história, acontece que era tudo verdade. Cada pequeno detalhe, cada grande movimento, cada energia gasta, tudo é verdade.

A família continuou a pedalar, até que chegaram enfim ao destino. Saíram de São Paulo dois grandes amigos, chegaram na Bahia quatro almas felizes. Eram felizes por terem conseguido, por terem chego ao fim da primeira longa viagem. A primeira que sempre será lembrada, a primeira que muitos dirão que não é verdade. E a primeira, que como tantos dizem, é a única que nunca será esquecida.


Petty.