terça-feira, 20 de outubro de 2009

São Paulo a Porto Seguro

Foi essa a nossa primeira grande viagem, que nos serviu como aprendizado para as próximas que virão.

A idéia surgiu três anos antes da realização dessa aventura, quando eu e o Kiko (Christopher Puig), voltávamos a pé do colégio para casa. Ficamos extremamente empolgados com a idéia, que a princípio era ir caminhando até a Bahia, depois achamos que seria melhor ir de bike, e informamos nossas famílias que dali a três anos, viajaríamos de bike para Porto Seguro, poucos nos levaram a sério, mas ficou combinado que no dia 28/12/2008 o Kiko me ligaria, e a gente partiria.

Faltando 6 meses para a saída começamos a nos preparar, quando nossas famílias perceberam que estávamos determinados em realizar nosso objetivo tentaram nos impedir, não foi fácil convencer a todos, e no fim das contas saímos deixando parentes contrariados.

Partimos, com duas bikes que não eram apropriadas para viagens longas, bagagens amarradas no improviso ao bagageiro, uma barraca enorme e bastante pesada, e muita disposição. Após muitos contratempos chegamos em Porto Seguro, não sem antes passar por belíssimas paisagens, e conhecer pessoas que nos ajudaram bastante, sem as quais provavelmente não teríamos conseguido concluir a viagem, contrariando a todos que duvidaram da gente em São Paulo. Deixo um agradecimento especial ao Fred Fernando e ao Philip Surniche.


Pedalamos muito, chegamos em Porto Seguro, onde pegamos um ônibus de volta para São Paulo. Descobrimos que pedalar vicia (mal posso esperar pelas próximas pedaladas, se tudo der certo final do ano estarei indo para Argentina). Voltamos com lembranças que guardaremos para o resto da vida e um aprendizado que não tem preço.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Segue abaixo uma homenagem que o Petty fez pra gente: " Cavaleiros de terra alguma"




Eles não acreditaram quando eu terminei, acontece que era tudo verdade. Cada pequeno detalhe, cada grande movimento, cada energia gasta, tudo era verdade.


Era uma quarta-feira, ou talvez uma quinta... Quando voltei para casa, recebi a mensagem: "O Joninhas passou aqui, querendo te ver!" Joninhas é um grande amigo, ou melhor, um grande cavaleiro. Jonas Faustino Santos, é o nome real. Sem diminutivo e sem mais nem menos. Amigo deste é Christopher Puig. Outro grande heroi de guerra. Achei estranho, pois, fazia mais de mês que não ouvia falar no Jonas.


Quando saí de casa, encontrei-o. Alegre como sempre o foi, correu para sentar e me contar a história. Uma das mais mirabolantes e com certeza a mais extraordinária.

8 horas da manhã e o sol acabara de acomodar-se no céu, foram trocados alguns olhares e um abraço foi dado. Uma grande despedida, para quem estava atrasado. Joninhas e Kiko (Christopher) acabavam de se encontrar e traçar os últimos preparativos. Pé na estrada e mala nas costas, pedalando por algumas horas sem parar.

Era um grande plano, era uma grande viagem. Ambos os aventureiros passaram por grandes bocados. Por vezes, não tinham onde dormir, não tinham o que tomar ou comer. Não tinham muita companhia, mas tinham suas bicicletas. Correram com o vento que os levava litoral àcima.

Passaram por lugares lindos, por lugares feios e por lugares nem lindos nem feios. Conheceram muitas pessoas, ouviram e contaram várias histórias. Para descansar as vezes apenas encostavam alguns minutos nas estradas de terra. Em outraz vezes paravam em alguma linda praia apenas para admirar o pôr do sol.

Como Virgílio e Dante que desceram até o inferno, Jonas e Kiko desbravaram praias brasileiras. Era mais um plano louco quando bolaram a viagem há três anos atrás, mas hoje era realidade, concreta como suas bicicletas. Que inclusive foram quebradas algumas vezes.

Na metade do caminho conheceram outros dois desbravadores. Correram os quatro juntos. Eram um time agora, uma pequena família de pedaladores, digo, de grandes pedaladores.

Mas, por mais que eu insista, ninguém acredita quando eu termino de contar essa história, acontece que era tudo verdade. Cada pequeno detalhe, cada grande movimento, cada energia gasta, tudo é verdade.

A família continuou a pedalar, até que chegaram enfim ao destino. Saíram de São Paulo dois grandes amigos, chegaram na Bahia quatro almas felizes. Eram felizes por terem conseguido, por terem chego ao fim da primeira longa viagem. A primeira que sempre será lembrada, a primeira que muitos dirão que não é verdade. E a primeira, que como tantos dizem, é a única que nunca será esquecida.


Petty.